sábado, 30 de janeiro de 2010

A voz do silêncio

O tempo passa e a recordação vai divangando por entre a minha cabeça. Os gestos e as palavras, fazem-me lembrar das páginas que já virei, dos sons que já ouvi, de tudo aquilo que já senti.
Mas no fundo, tudo se esconde no silêncio. Porque o silêncio fala irrepetidamente do passado que não morre mas também não vive. Fico para trás mas parece ainda continuar entre mim.
É ele que me diz sem dizer que as coisas ainda não mudaram, que o meu livro ainda não acabou, que só existem capítulos de suspense e tormento, mas que tudo é um mistério e que na vida real eu não posso correr à última página e desvendar o mistério.
Tenho que esperar, escondida no silêncio dos meus segredos, esperar para saber como é amanhã e recordar como foi ontem.
Pois no silêncio da minha vida, eu procuro a vida dos outros, descubro coisas que não queria saber, mas que me ajudam a entender. Estão interligadas a mim e preciso de tempo para cortar a ligação. Preciso de tempo para aprender como se faz e principalmente para querer por um ponto final. Agora ainda sonho de mais, ainda espero demais e ainda penso de mais.
Enquanto a voz do silêncio me sussurar ao ouvido que o fim não é aqui, que nada se deixa a meio, que nada se perde tudo se transforma, a minha voz vai-se render ao silêncio e esperar que a tua voz volte para ecooar palavras de conforto junto do meu ouvido, fazendo arrepiar-me o corpo e aquecer a alma.

Sem comentários:

Enviar um comentário